"Ler pode tornar o homem perigosamente humano"

Volta coração*


Quero ouvir a minha música. Escrever e pensar em ti. Estar sozinha e mergulhar de cabeça do teu peito. Ouvir o teu coração bater de uma forma única e sentir-me viva!
Quero deixar de estar assim, quero lutar contra a maré das saudades e contra o aperto no coração. Onde estás? Eu estou aqui, eu quero-te aqui, eu preciso de ti aqui. Onde estás? Encontra-me. Procura-me.
Perdi-te e deixaste-me aqui.
Agora sinto-me pequena, leve, com o peso da saudade, sinto-me nada! Vou trepar uma árvore dos sonhos e segurar-me a uma folha. Voaaaaaaaaaaaaaaaaaar !
Vou atirar-me daí e ver por onde aterro. Quero nadar nas profundezas do mar, explorar o oceano. Ser mordida pelos bichos-do-mato e perder-me na amazónia.
Porque a espera? Eu quero já, agora.
Vens ver as estrelas comigo? Já não aguento nem mais um segundo sem ti Coração!
AMOOOOOOOOOOOO-TE !

Hoje. Hoje percebi que eu sou eu. Hoje eu sei que não passo de mais ninguém a não ser de mim e não podia estar mais feliz assim. Hoje não quero ser mais ninguém, porque amanha serei a tua heroína, a tua vitima, a tua solução, a tua desorientação, a tua mudança, a tua palavra, a tua alma! Hoje serei eu para ti, seremos ambos os reis do mundo, mas promete que amanha ainda estarás comigo. E que este “amanha” será o sempre de que me falas. Hoje já ninguém me muda e amanha estarás cá para me proteger tal como fazes todos os dias!

Foste.

MORRE! Acabaste. Acabou!
Chega de brincares comigo, chega de festa para o teu lado, chega de gozo, chega de ti.
Desta vez morres só, porque desta vez eu não vou estar la para te dar a mão e te pedir desculpa não sei porquê. Desta vez quero que percebas por ti que quando voltares já vai ser tarde para me pedires desculpa.
ISSO, FORÇA. Enche-te de orgulho e mata-me. Mata-me por que já não aguento ver-te sorrir dessa forma infeliz.
Sai do meu corpo, da minha mente, já! Leva contigo as memórias e recordações boas e deixa as más para poder sentir desprezo por ti.
Torna-me mais forte, agora que já provei do teu veneno quero que desapareças!
Palavras sem nexo ganham-no em ti.
O ‘Adeus’ com que te despediste de mim nunca fizeram nada por nós e a tristeza sabe a merda.
Desta vez vou deixar-te escorregar em mim e caíres desamparada no lixo que te deixo á minha passagem. O teu sorriso esvai-se na minha cabeça e rapidamente me esqueço de ti.
Quanto maior for a frase, maior é a tristeza.
Eu ainda não bebi antídoto suficiente para constatar que esta inspiração é apenas por ti.
Eu ainda penso que mergulhar-te em frases e metáforas te irá fazer passar as mãos pela cara e sucessivamente tirar o resto dos desgostos que por aí ainda te enfeitam.
Talvez por erro falhou-me o facto de não saberes nadar, pelo menos na minha saudade.
Tens razão, é como areia movediça, quanto mais tentas sair mais te afundas.
Talvez o que eu sinta por ti seja a dor do desprezo.
Já apaguei todas a fotos, todos os textos. Já tentei apagar as memorias mas tu continuas a atormentar-me e eu pergunto-me : “Dá-te prazer?”
Quero aprender por mim que o desprezo é a forma mais simpática da vingança.
Morre.
Prova do teu veneno.
Atira-te para bem longe daqui.
Desaparece de perto de mim.
Faz com que sejas esquecida por todos que ainda lutam por ti e por aqueles que deixas-te na merda.
Sente o que fizeste toda a gente sentir.
Enfia-te num casulo e nunca nunca mas nunca de lá saias.
Não venhas fica aí.
Contrariei tanto o destino em sentido contrário...
Vai que agora estou calma.